History volta a falar de "história" e exibe programa sobre a inquisição na América Latina

Uma das constantes reclamações de parte do público do canal History no Brasil é a diminuição de documentários e séries sobre fatos históricos que dão lugar a reality shows. Na sexta-feira, dia 20 de setembro, a partir das 22h, o canal recupera um pouco de sua programação original e exibe um especial de duas horas sobre a Inquisição na América Latina. 

A história mais obscura da Igreja Católica também se fez presente na América Latina. Foi um período de forte e violenta perseguição e tortura aos indígenas, aos judeus e protestantes expulsos da Europa, e aos opositores ao poder religioso, marcando o continente para sempre. 

Fundado pelo papa Gregório IX, o Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição, foi criado para preservar a pureza da fé e investigar e punir quem era contra os dogmas da Igreja Católica. Além da medieval, houve a Inquisição moderna no século XIV, que se estendeu ao século XIX, e foi considerada a mais violenta. Nesta, o alvo eram os judeus e os novos cristãos, recém-convertidos ao Catolicismo, acusados de praticar secretamente suas religiões ancestrais. 

Logo após o período das descobertas, as notícias provenientes da América relatavam uma terra próspera, abundante e selvagem. E surpreendeu aos reis católicos a quantidade de divindades, idolatrias e rituais, incluindo sacrifícios humanos praticados pelos índios. Daí a necessidade de uma evangelização cristã, que também atenderia ao objetivo político de conquistar e ampliar os domínios da cora espanhola. Além disso, no século XVI havia uma grande quantidade de cristãos supostamente convertidos, como judeus e protestantes, que vislumbravam a oportunidade de manter suas tradições e crenças livres da opressão no Novo Mundo. A Inquisição também perseguiu bígamos e pessoas acusadas de bruxaria. 

México, Lima e Cartagena de Índias foram as três cidades onde foram criados Tribunais do Santo Ofício da Inquisição, entre 1569 e 1571. A Inquisição foi considerada altamente cruel, uma vez que as punições eram pesadas, com a instituição da morte na fogueira, da prisão perpétua e do confisco de bens – que também se transformou numa atividade altamente rentável para os cofres da Igreja. 

Em seu papado, João Paulo II pediu oficialmente perdão, em nome da Igreja Católica, pelos “pecados da Igreja”, entre os quais incluía as perseguições pela Inquisição, reconhecendo abusos e faltas. 

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